sábado, 22 de dezembro de 2007

Diarios de Bordo e alguns pensamentos...


17.12.2007


Estou no terminal rodoviario da highland, dentro do onibus do que me levará até parte do meu destino final, (final? aaahn, por hora sim)

viagem esperada, mais do que isso, planejada, nos minimos detalhes, por 5 minutos mantive meu olhar fixo na bandeira do meu estado que balançava inquietamente do outro lado do terminal rodoviário, sentindo o vento a leste, que me empurrava de volta pra casa, mas não me movi, só observei, enquanto concretizava o que era pra ser feito, viagem cansativa, o ar-condicionado do onibus não chegava no assento 43, e a temperatura interna do veiculo quase atingia o mesmo numero do meu banco (43, né idiota!) prefiri durmir, na verdade, era melhor fechar os olhos, do que ver as ruas passando por mim, sem previsão de quando iria reve-las, as lembranças das noites insanas, e caminhadas longas pelo caminho, que agora fazia de onibus, me saciavam, antes mesmo de sairmos dos dominios de Caxias do Sul, as pessoas já haviam se enturmado, e começado a reclamar de qualquer coisa que não os satisfazessem, o filme legendado, o ar-frio demais, a falta desse ar-frio no fundo do onibus, a CPMF, o recheio do pastel da rodoviaria, enfim, reclamavam de tudo, minhas primeiras palavras foram: -você tem 15 minutos, aproveite-os. disse isso pruma garota com cara de tédio, as 23:45 quando paramos em curitiba, na verdade minhas paradas resumiam-se em uma sfiha, coca, coca-cola e 4 cigarros, enquanto consumia esses produtos, escrevia o que escrevo aqui, agora.


18.12.2007


Depois de algumas horas em São Paulo, estou prestes a partir, minhas mandibulas tremem, minha lingua não sente os sabores, pela primeira vez, algumas coisas perderam a graça, e num flashback constante, as coisas que fiz no fim de semana que precedeu essa terça-feira vem a minha mente, de certa forma isso ameniza a minha indignação comigo mesmo, paralelamente a isso, olho toda essa multidão, e imagino pr'onde estão indo, porque estão indo, e porque não ficam, faz uma hora que estou sentado do outro lado das plataformas, da paltaforma 67, o chafariz atrás de mim, quase me molha, e isso me parece ironico, centenas de malas, bolsas e afins, aguardam meu onibus, e eu aqui, com minha velha e guerreira mochila, não preciso mais do que isso... será que não? se não precisasse mais do que uma mochila, não estaria aqui agora, escrevo pra organizar meus pensamentos, mas mesmo usando esse artificio, tenho certeza de pouca coisa, as coisas poderiam ser fáceis, como nas musicas, junkiemovies, e afins, será que chega uma hora, na vida de todo mundo, que precisamos deixar de viver num clip, ou parar de encenar overdoses, pra tomarmos decisões dificeis? Ninguem me dará essa resposta, ninguem tem essa resposta...

O nome da viação proprietaria do onibus que me levará ao sertão, é NOVO HORIZONTE, aproveitando esse nome ridiculo, eu lembro novamente à mim mesmo, que meus horizontes não mudaram, nem mudarão, afinal, promessas são promessas, e sempre temos as opções, podemos quebrar essas promessas, ou trava-las de forma que sejam cumpridas, basta escolher, e quando se tem coragem para escolher tudo que sempre se quis, é preciso sacrificar algo, se afastar, de certo modo, morrer, eu tive coragem, e o mundo sempre me pareceu um patrimonio agradavel, em alguns momentos, eu declinei nessas decisões, pensei em nem vir, é óbvio que eu prefiro caminhar 10Km, num domingo de manhã, voltando de um sitio qualquer, de uma festa qualquer, depois de dizer coisas legais, pr'alguem mais legal ainda, mas, tenho todo tempo do mundo, e o tempo... passa rápido.

19.12.2007

Depóis de 49 horas, cheguei ao sertão, e isso não me inspira muito a escrever...

beijo pro meu pai, pra minha mãe, especialmente pra você *-*

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Prestes a partir...

mas antes devo dizer que, temporariamente eu estarei fora desse lugar, estou viajando com meus pertences, indo pra não sei onde, em busca de algo que desejo, na verdade não é o meu desejo mais profundo estar lá, mas pra tal desejo se realizar, devo passar em lugares um tanto quanto peculiares, Cabral passou por aqui enquanto seguia o desejo de achar as indias, mas creio que encontrarei menos ouro e gente burra que troque esmeralda por pasta de amendoim, do que aquele mercante filhodaputa. Se acreditasse nisso diria que Deus quis assim, mas digo que a escolha foi minha, e devo segui-la, pode ser o fim, pode ser a morte, e o dia da morte é um dia muito divertido pra ficar trancado dentro de minha casa, fim implica, posterior começo, e morte implica volta, meus caros, entendam que estou a caminho do começo, e prestes a voltar, não posso fugir do que eu mesmo traçei pra mim, então mostrarei a eles, o tilintar das espadas, o brilho de minha pistola, e a sombra de minha bandeira, bandeira essa que terei que erguer sozinho, pelo menos desta vez, a caminho do fim, e morrendo, as coisas no inferno são mais fortes, e tem mais gosto de vida. Sigam meus caros, o horizonte ainda está muito distante pra voces, e eu estou a todo pano em busca do meu.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

prevenção contra o google O_o

Já que o orkut vai ser deletado, vou postar o meu 'quem sou eu:' atual, aqui...

'Então eu parei, o mar parecia gelado, e me faltou vontade de pular da prancha, os meus amigos estavam no calabouço, e nada podiam fazer pra me ajudar, era hora de tomar minhas decisões sozinho, a ilha mais próxima estava distante, seria impossivel nadar até lá, o mar estava realmente gelado, sentia a brisa fria batendo no meu rosto, e o vento congelante esfriar meu suor, me restavam duas balas no revólver, tomar o poder do meu barco novamente, nem me passou pela cabeça, seria loucura tentar render os invasores, então olhei para o mastro, vi minha bandeira sendo agitada pelo vento, saquei minha arma e atirei na prancha, cai no mar, e me agarrei ao pedaço de madeira, dois dias e duas noites se passaram, e eu estava em terra firme, longe dos meus amigos, e de tudo o que não desejava me afastar, mas eu quis assim, eu não tive coragem de ficar e lutar pelo que era meu, não tive coragem de arriscar perder tudo, pra poder ter tudo, então eu pulei, e hoje vejo, de nada adiantou, novamente estou numa prancha, e o mar está frio...'

só depende de nós.

E o bipe do messenger...

Não me mostra nada além do fato de que o tempo está passando... e palavras vão sendo proferidas do outro lado da tela mágica... sendo proferidas e mal digeridas!
Não preciso entender, e nem quero. Ele também não precisa, e com certeza não quer. Mas e agora?
Seis semanas rapidamente se transformam em uma, e parece que estou na reta final para curtir cada segundo, pois algo dentro de mim me diz que é a ÚLTIMA SEMANA... os últimos goles de rum bebidos juntos, os últimos de vinho... os últimos sonhos na padaria perto da rodoviária... as ultimas tardes sentados no topo do Calvário, apenas assistindo o MOVIMENTO lá embaixo... e as últimas mini coca-colas de cinquüenta centavos daquela outra padaria, a do Mainstream da Higher Land.
Pode ser a ultima vez que cantemos Libertines juntos, e a ultima que possamos nos abraçar e chorar e dizer que o mundo é uma merda... e a ultima vez que eu tenha a quem pedir dinheiro emprestado, ou arrastar até a parada de onibus...
pode ser a ultima vez de tudo
e eu simplesmente nao posso e nem tenho como entender esse tipo de coisa
um ano acabando
e por mais que eu queria ver tudo na boa
não vai ser possível
não dessa vez
...

Rehab?

Os dias não páram enquanto preparo minha postagem de fim de ano, e alguns acontecimentos merecem ser postados enquanto ainda estão ocorrendo, um deles é a recaída do meu chefe, desde sabado que ele não aparece no trabalho, e faz 15 minutos que não o vejo, ontem, dia 4 de dezembro, por volta das 22:30, ele me ligou, seu tom de voz estava estranho, mas ele parecia bem, pediu que eu fosse até o morro do calvário (ponto turistico da cidade), no mesma hora coloquei uma jaqueta, e sai de casa, deixando o computador ligado e pessoas falando comigo no msn, chegando lá, entrei no carro, e sem dizer uma palavra, saimos as voltas, percebi que havia algo errado, senti o cheiro forte de cerveja e cocaina no interior do veiculo, quebrei o silencio, fiz um resumo do dia no trabalho, afim de mostrar, que pelo menos lá, tudo estava bem, conversamos um pouco sobre isso, e depois indaguei: "tu não devia estar em curitiba agora?"
ele retrucou: "devia, mas..." notei a expressão de indignação consigo mesmo, ainda havia latas de skol atrás do banco, 5 delas, isso implicava que ainda havia cocaina escondida em algum lugar do carro, na verdade ele não precisava de alguem que lhe dissesse algo, não precisava de conselhos, e muito menos de alguem que quisesse cheirar com ele, por isso eu estava lá, na verdade, pessoas que tem o hábito de usar essa droga, as vezes só precisam estar com alguem, palavras e textos decorados são dispensáveis, afinal elas não tem poder sobre o efeito que uma grama faz...
pouco tempo depois, a cerveja e a cocaina tinham acabado, e o sol ainda demoraria a nascer, uma fina garoa caia sobra o para-brisa do carro, e os limpadores estavam desativados, o ronco forte do motor era maior que o barulho da chuva, e só nós estavamos na rua nessa madrugada de quarta-feira, paramos no mesmo lugar que estávamos no inicio, e lá ficamos, em silêncio, e agora com uma indignação mútua, as 7:00 cheguei em casa, e depois de um tempo deitado eu durmi, acordei ao meio dia, almoçei e fui trabalhar, lá nos encontramos novamente, e passamos a tarde fumando cigarros e tomando chimarrão, creio que as coisas ficarão bem, ele não pode voltar voltar ao rehab, não agora.