E eu simplesmente não me importava (ou PARECIA não me importar) até ver aquele guarda-roupas vazio.
Passamos tantos anos acreditando que muita coisa era perfeita, mas não era. E passamos tantos anos fingindo (e rindo de quem admitia não ter) um ambiente perfeito pra se viver. E ríamos e abusávamos até mesmo da nossa ignorância. E víamos tudo como uma bela piada.
Mas chega o dia que o rico cansa de ser rico, e o perfeito cansa de assim ser. E tal qual humanos devem ser, nos desfazemos de certos detalhes das nossas vidas, e passamos a aceitar a realidade e a buscarmos novos caminhos... e esquecemos promessas, e esquecemos aquilo que um dia foi felicidade... e esquecemos do quanto FOMOS felizes e do quanto PODERÍAMOS ser felizes...
E diversos verbos no pretérito perfeito, e diversas coisas que poderiam ser (mas não foram e nunca serão)... e tudo isso à nossa volta nos mostra que somos humanos.
Que acabamos de entrar em um novo ano, e que como em todos os outros, só vimos (e só vêm a nós) problemas ao invés de soluções. Novos problemas, novos desafios, novas ilusões, novos rumos a esquecermos de seguir, novas obrigações que vamos furar... e olhamos nos nossos espelhos manchados e vemos que estamos mais velhos... que o novo ano só nos trouxe mais rugas, e que só acumulamos coisas que deveríamos ter dito e não dissemos.
Mas num momento breve de coragem, falamos tudo aquilo que deveríamos ter dito... e que SE ditos na hora certa talvez destruissem possibilidades de certos problemas virem a aparecer. Mas de nada adianta... chorar pelo leite derramado e pedir desculpas pelos erros que já não importam mais. São só soluções para amores mal resolvidos, nunca mudarão nada que possa vir.
Sejamos fortes, novo ano, novas dúvidas, novas angústias... e novos ânimos!
Sejamos fortes e tenhamos sorte!
((uma homenagem à primeira conversa de pai para filho que tive na vida com o dito cujo em todos esses anos de vida))
quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
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